“Como gostaria de encontrar palavras para encorajar uma ação evangelizadora mais ardorosa, alegre, generosa, ousada, cheia de amor até o fim e feita de vida contagiante! Mas sei que nenhuma motivação será suficiente, se não arde nos corações o fogo do Espírito Santo.” (Evangelli Gaudium, 261)
Para entendermos especificamente os trabalhos com o dízimo utilizaremos os conceitos do documento 106 da CNBB.
O dízimo na vida da Comunidade
Uma família não se mantem de modo digno sem uma renda financeira de acordo com suas necessidades: energia elétrica, água, alimentação, manutenção doméstica, transporte, entre outras despesas que necessariamente fazem parte da realidade familiar.
Em uma comunidade eclesial não é diferente, por mais que a espiritualidade não tenha um custo em si mesma, o culto litúrgico, o espaço físico e funcionários – citando apenas alguns exemplos – demandam recursos dos mais diversos. Em suma, não é possível uma vivência paroquial mínima sem uma receita. A partir desse entendimento, podemos compreender um pouco da necessidade material do dízimo, sem levar em consideração seu aspecto ainda mais profundo, o espiritual.
A dimensão religiosa do Dízimo nos mostra que ele “está relacionado com a experiência de Deus, que, por amor, entregou seu Filho por nós e por todo o mundo” (Documento 106, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, 8). Esta relação com Deus se concretiza a partir da oferta financeira feita de modo generoso e deliberado. O fiel não partilha seu dízimo por um aspecto institucional somente, mas a partir de uma relação com “aquele de quem provém tudo o que ele é e tudo o que ele tem, e expressa, na gratidão, sua fé e sua conversão.” (Doc. 106, 29). As dimensões do Dízimo nos ajudam a tornar mais claro o papel da contribuição de diversas óticas na vida da comunidade, são elas:
Dimensão religiosa: trata-se da relação do fiel com Deus.
Dimensão eclesial: com a consciência de ser membro da Igreja, o fiel participa diretamente dos custos com a realização do culto divino.
Dimensão missionária: a colaboração do dízimo se une a de outros irmãos e favorece a partilha de recursos em projetos de evangelização comum, de cada diocese, assim como a comunhão de recursos com comunidades mais pobres;
Dimensão caritativa: se manifesta no cuidado com os mais pobres e necessitados.
“A Pastoral do Dízimo é a ação eclesial que tem por finalidade motivar, planejar, organizar e executar iniciativas para a implantação e o funcionamento do dízimo, e acompanhar os membros da comunidade no que diz respeito à sua colaboração, em sintonia com a Pastoral de Conjunto na Igreja particular.” (Doc. 106, 36)
A citação acima deixa claro a importância de uma equipe trabalhando de modo orgânico e objetivo com as demandas do dízimo. Contudo, observe que não se trata apenas de receber os pagamentos ou preencher fichas de cadastro. O trabalho vai além: motivar, planejar, organizar e executar iniciativas relacionadas ao dízimo. Sobretudo, precisamos considerar ainda que a alma desse trabalho está na evangelização “A experiência do dízimo cresce conjuntamente com a qualidade da vida cristã, principalmente de seu aspecto comunitário.” (Doc. 106, 29).
Contribuição do dízimo
Quanto às modalidades de recolhimento do dízimo, isso vai variar de acordo com cada Igreja particular, sendo importante que se unifique entre as paróquias o sistema de recebimento e gerenciamento.
Durante o expediente da secretaria paroquial: Usualmente mais comum, o local merece valorização e atenção quanto ao direito à privacidade seja sobre o valor, seja sobre o anonimato. “Quando formalmente requerido, precisam ser respeitados no registro do dízimo” (Doc. 106, 54).
Plantão do dízimo: Ocasião de acolhimento aos dizimistas, o plantão oferece maior flexibilidade já que atua nos horários que antecedem a santa Missa e momentos ulteriores à celebração nas comunidades.
Carnês e envelopes: Com identificação, são formas muito utilizadas para a documentação e o registro das contribuições.
Débito automático: apesar de ser uma modalidade questionada, tendo em vista o risco de enfraquecer a consciência de corresponsabilidade eclesial, vem sendo implantada em algumas instituições.
Durante a celebração eucarística: Favorece o sentimento de partilha, porém pode ser confundido com as ofertas. O ideal é que o dízimo seja partilhado antes ou depois das celebrações.
Através do QRCODE: leitor digital que utiliza como ferramenta o celular e dá acesso rápido a sites, textos e números.
Prestação de contas
O dízimo se caracteriza como doação, portanto, a lei exige a contabilização das entradas a partir de documentação que comprove as receitas e despesas e sua gestão. Algumas das recomendações, expressas no parágrafo 52 do Documento 106:
- * Registrar o valor da contribuição de cada fiel, de modo que se possa comprovar a origem da contribuição recebida.
- * Seja dado a cada dizimista que solicitar, o recibo da contribuição feita para que ele possa comprovar sua contribuição.
- * Administrar o resultado financeiro do dízimo, a partir de conta corrente ou conta poupança em nome da pessoa jurídica (mitra ou paróquia).
- * Jamais seja depositado em contas cujos titulares sejam pessoas físicas.
Demais dúvidas e informações podem ser consultadas diretamente no Documento 106 da CNBB. Ele é um dos mais atuais e completos subsídios sobre o tema.
Informações sobre o Dízimo em nossa Paróquia
Missa do dizimista no terceiro final de semana de cada mês.
Reunião na terceira quinta-feira de cada mês.
Coordenadora: Elenice Aparecida Leite